sábado, 14 de julho de 2007

A quem servimos

Uma questão foi levantada quando eu troquei algumas linhas de argumentos com um usuário do Youtube® que se identifica como sendo ateu.
A colocação dele é bem simples: em que o Paganismo serve a sociedade?
Eu comentei de volta: porque o Paganismo deve servir à sociedade?
No que ele retrucou: então você concorda que o Paganismo não serve para a sociedade.
No que eu dei a tréplica: não, você que previamente disse isso; eu perguntei por que o Paganismo deve servir à sociedade; trocar de assunto não irá disfarçar sua insegurança e dúvida em suas “crenças”.
Certamente haverá tréplica da parte dele, eu antecipei o argumento que ele apresentaria como bom estrategista e filósofo, mas independentemente do que seja, eu encerrarei com uma linha de raciocínio fatal. Eu escreverei que irei desenhar para tornar fácil a compreensão, basta seguir as seguintes linhas:

a) explique o que você considera “serviço social”
b) explique por que o Paganismo deve seguir este padrão
c) explique como o Ateísmo preenche estes padrões
d) por que você reage de forma tão passional e irracional quando algo não segue seus padrões.

Eu espero que meus velhos amigos ateus não leiam este texto, eu considero injusto fazer generalizações aos ateus, da mesma forma que é injusto fazer aos pagãos (e mesmo aos cristãos!). Se não fosse pelo trabalho duro e abnegado dos pensadores ateus, a vida dos pagãos ou seguidores de outras religiões seria impossível hoje em dia. Graças ao trabalho incansável de mostrar fatos contra as fábulas, absurdos, contradições e violências contidas na bíblia, foi possível diminuir consideravelmente a influência sinistra da verdadeira lavagem cerebral que ocorre na maior parte das fileiras do Cristianismo.
Mas uma vez que em princípio o Ateísmo não acredita em nada que contenha algum pensamento espiritualizado, por que tanta determinação em tentar salvar a humanidade da morte e da extinção se isso vai acontecer inevitavelmente e não há vida pós-morte? Falam tanto em Razão, mas isso colocaria a mesma como um princípio transcendental similar aos Deuses. Falam tanto em evidências, mas isso colocaria as mesmas no mesmo conceito que as verdades reveladas por profetas. Falam tanto em fatos, mas estes provam apenas a existência de si mesmos, a interpretação do significado deles é puramente subjetiva. Falam tanto em fanatismo cristão, mas certos ativistas ateus são tão raivosos em proclamar como portadores da verdade tanto quanto alguns apologéticos cristãos. Falam tanto nas realizações feitas por ateus, mas nenhum as fez em nome do Ateísmo e a Ciência não é exatamente uma Virgem Pura. Falam do quanto são inteligentes, mas ser ateu não é garantia para alguém ser inteligente, acontece que muita gente inteligente opta pelo Ateísmo, como também pelo Paganismo (incluindo Cristianismo!).
Assim como acontece no Paganismo (e no Cristianismo), muita gente alega ser ateu da boca para fora e infelizmente devo dizer que muitos se dizem ateus (e pagãos) por causa de algum trauma que os fez ficar revoltado exatamente contra esse conceito cristão de Deus que tentam tanto negar, agarrando-se aos fatos e às evidências. Um verdadeiro ateu, como um verdadeiro pagão, sabe que não precisa ficar se provando, gosta e aprecia o debate, defende e apóia a diversidade, luta e protesta em favor dos direitos contra o fundamentalismo. Meus velhos amigos ateus podem dormir sossegados, assim como eles eu tenho uma consciência social e política bem esclarecida a ponto de saber contestar certos valores sociais questionáveis, como deixei claro no texto “desajustados sociais”. A meu ver, não há serviço social mais digno do que ficar ao lado do cidadão e não da massa.

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